A Polícia Civil da Bahia cumpriu mandados de prisão e
realizou prisões em flagrante que resultaram na retirada do convívio social de
46 suspeitos ligados a uma organização criminosa responsável pelo tráfico de
drogas e lavagem de dinheiro. Denominada Zimmer, a megaoperação foi deflagrada
pelo Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), nesta
quinta-feira (11). A Justiça autorizou o bloqueio judicial de R$ 100 milhões
dos investigados.
Na Bahia, foram presos 23 suspeitos em Salvador; dois em
Feira de Santana; um em Lauro de Freitas; um em Camaçari; quatro em Porto
Seguro; e um em Eunápolis. Também ocorreram prisões em outros estados: um em
Aracaju (SE); um em Petrolina (PE); dois no Espírito Santo, sendo um em Novo
Rio do Sul e outro em Linhares; além de dez prisões em municípios do estado de
São Paulo. O objetivo da ação é desarticular a cadeia de comando e neutralizar
a atuação do grupo criminoso, que também está relacionado a homicídios, crimes
patrimoniais e disputa por territórios.
Durante o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e
apreensão, equipes desarticularam dois laboratórios de entorpecentes em Porto
Seguro e no bairro de Stella Maris, em Salvador. Nos locais e em outros pontos
da operação, foram apreendidos dois fuzis; duas armas de fogo; um simulacro de
pistola; dois carregadores; munições; uma maquineta; computadores; cadernos de
anotações; uma prensa hidráulica Mecol; balanças; sacos contendo substâncias
análogas à cocaína que serão periciadas; sacos grandes de material em pó
branco; munições de fuzil calibre 5,56; câmeras de monitoramento; além de
tabletes e porções de drogas sintéticas, maconha e cocaína.
Além disso, foram apreendidos 30 aparelhos de celular; R$
35.400 em espécie; três veículos; três motocicletas; e joias de ouro, incluindo
correntes, pulseiras, brincos, pingente e anéis. Todo o material recolhido será
periciado e servirá de apoio às investigações.
De acordo com o diretor do Deic, delegado Thomas Galdino, as
investigações revelaram conexões interestaduais e indicam possível atuação em
tráfico internacional. “Algumas pessoas presas em São Paulo confessaram que
levariam drogas para Paris, na França. O grupo criminoso também praticava
lavagem de dinheiro, utilizando laranjas e proprietários de pequenos comércios,
como uma sorveteria, uma bomboniere e uma loja de água. Havia ainda envolvidos
ligados a empresas fantasmas e pessoas que forneciam seus nomes para fraudes,
inclusive beneficiários de programas sociais que movimentaram entre um e dois
milhões de reais”, explicou.
A megaoperação contou com equipes dos Departamentos de
Inteligência Policial (DIP), Especializado de Investigação e Repressão ao
Narcotráfico (Denarc), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Polícia
Metropolitana (Depom), de Polícia do Interior (Depin), de Proteção à Mulher,
Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), além das Coordenações de Operações e
Recursos Especiais (Core) e de Polícia Judiciária (COPJ). A ação teve apoio da
Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SI/SSP-BA),
do Departamento de Polícia Técnica (DPT), da Polícia Militar, da Polícia
Federal e da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da
Bahia (Seap).







